SAFTA – Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu
O Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu – SAFTA, caracteriza-se por cultivar o solo através da produção sustentável com maior rentabilidade econômica-social e ambiental, conservando e recuperando os recursos naturais através da consorciação de plantas e/ou criações de pequenos animais na mesma área, de forma harmônica para garantir ao homem no campo, segurança alimentar e geração de renda a curto, médio e longo prazos. O SAFTA tornou-se uma estratégica para diversificação de produção, segurança alimentar e renda, que a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu – CAMTA, através de parcerias, intensificou a transferência das tecnologias agroecológicas SAFTA para 25 comunidades de agricultura familiar beneficiando de 2010 a 2017 mais de 5.000 pessoas de 1.125 famílias, somando escala do município de Tomé-Açu, para Acará, Moju, Santa Bárbara, Igarapé-Açu e Abaetetuba no estado do Pará e seguiu para o Amapá e Amazonas. Extrapolou as fronteiras da Amazônia brasileira, chegando nas cidades de San Buenaventura e Ixiamas do norte de La Paz na Amazônia Boliviana. A convite da ONU / FAO em 2016, foram realizados estudos, através da Universidade de Agricultura e Tecnologia de Tóquio, para implantação de uma parcela demonstrativa SAFTA piloto na região cacaueira de Ashanti em Ghana, no continente Africano.
O aumento na produção de cupuaçu, acerola, açaí, pitaia e outros, em escala comercial e a consorciação dessas culturas aos cultivos pré-existentes consiste no diferencial do Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu. Assim sendo, muitas culturas de grande apelo comercial foram introduzidas aos plantios, levando-se em consideração o equilíbrio econômico agrícola durante os períodos de sazonalidade. Devido à sua singularidade esta modalidade de plantio consorciado foi denominada SAFTA – Sistemas Agroflorestais de Tomé-Açu.
Deste modo, à medida em que cresce a preocupação mundial pela sustentabilidade, esse tipo de sistema agroflorestal tem atraído a atenção por ser um método de agricultura de baixo impacto ambiental. Desde a década de 2000 o SAFTA vem conquistando vários prêmios por suas atividades, inclusive na disseminação e difusão. As pesquisas avançaram também no cultivo de dendê que durante muito tempo acreditou-se tratar apenas de monocultura. Porém, bons resultados de produção foram obtidos nos consórcios agroflorestais em plantios de dendê. Assim, mais desenvolvimento técnico está sendo observado.
Em 2009 as amêndoas de cacau, que originalmente eram o objetivo do desenvolvimento pela Nantaku, foram exportadas para o Japão e, em 2019, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial – INPI deferiu o pedido de indicação geográfica (IG) à ACTA. Como as áreas avançadas de sistemas agroflorestais (SAFs) recebem muitas visitas nacionais e internacionais de pesquisadores, estudantes, empresários, turistas e outros, criou-se no processo da conquista da IG, a “Rota da Imigração Japonesa” buscando junto à Secretaria de Turismo do Estado do Pará, a inclusão no mapa turístico. Deste modo, espera-se que a Rota da Imigração Japonesa junto com a Certificação de Procedência do Cacau de Tomé-Açu, fomentem o desenvolvimento do agro- turismo e do ecoturismo na região.