Histórico da imigração Japonesa em Tomé-Açu
Em 22 de setembro de 1929, as primeiras 43 famílias, compostas por 189 integrantes, aportaram no cais de Tomé-Açu, vindos de Belém, pelo rio Acará-Mirim. Chegando aqui, enfrentaram diversas dificuldades: diferença no clima, na vegetação, na língua e nos costumes.
Porém, as mais temíveis dificuldades enfrentadas foram as doenças endêmicas, como a malária, que dizimaram centenas de vidas. Em meio a tantas lutas e sofrimentos, os imigrantes japoneses se mantiveram perseverantes, sobrepondo-se a todas as adversidades da época. Buscando a estabilidade financeira, introduziram a pimenta-do-reino, planta oriunda de Singapura, que trouxe desenvolvimento e notoriedade à região em 1945, quando a produção atingiu o seu ápice de preço.
Os benefícios gerados pela valorização da pimenta-do-reino se refletiram na comunidade através da construção de escolas, hospital, igreja, estradas etc. No início da década de 70, após o surgimento da “fusariose” – doença que assolou e dizimou os pimentais – os imigrantes japoneses introduziram outros cultivos na região, como por exemplo, o maracujá e o cacau, que posteriormente somaram-se a outras espécies de forma consorciada, originando-se, assim o nosso Sistema Agroflorestal de Tomé-Açu (SAFTA), cujo principal objetivo consiste em praticar uma agricultura “sustentável” e sem agressão ao meio ambiente, melhorando a renda de nossos agricultores.
Desde então, os imigrantes Japoneses se dedicam em divulgar a agricultura sustentável aqui praticada, difundindo, também, a cultura, os costumes e as tradições japonesas no município de Tomé-Açu, através da realização de seminários e cursos, envolvendo toda a comunidade local para seguirmos, assim, rumo aos 100 anos de Imigração Japonesa – em 2029 – junto aos nossos “irmãos brasileiros”.